15 de dezembro de 2009

NEM PORQUÊS, NEM PRA QUÊS


Curvar-se, porquê?!!!
Pedir desculpas, pra quê?!!!

O momento é seu
Sinta-o
Você não tem que pedir permissão

Para viver o seu momento

Bem ou mau

Interessante ou não

Feliz ou não
A fase é sua
O entendimento é seu
A aprendizagem e o padecimento são seus

Curvar-se, porquê?!!!
Desculpar-se, pra quê?!!!
Não é preciso pedir licença
Para você viver o seu processo uno
Você com você mesmo
E mais ninguém
Não cabe parcerias
Não cabe nem convergências e nem divergências
A não ser as suas próprias

Aqui não cabe

Nem porquês

Nem pra quês

Ninguém vive ou viverá a sua vida
Só você tem autonomia para fazer isso
E sentir na pele o que isso representa


(Dan, 15/12/2009)

RESTRINJO-ME (II)



Restrinjo-me
A tudo o que eu sou

Sem me esquecer

Também de quem não sou

Restrinjo-me

As minhas doces e amargas lembranças

Vivências eternizadas apenas nas minhas recordações

As doces saudades
As salinas decepções
Os sorrisos ingênuos

E nem tão ingênuos assim

E as lágrimas que estão escassas ultimamente


Restrinjo-me ao silêncio

Evitando palavras

Oras ditas

Oras lidas
Oras escutadas

Dou-me o direito de não me aborrecer

Estou cansado com tanta estupidez humana
E de relações vazias


Restrinjo-me ao meu canto

Ao meu espaço

Ao meu quarto em reforma

Ao escritório,

O ambiente onde eu passo mais tempo

Da minha existência, dos meus dias
Dos meus gênios alternantes

Dos meus devaneios


Restrinjo-me
Às madrugadas

À penumbra da noite

Ao silêncio

A solidão

Que me liberta

E ao mesmo tempo me penitencia

O meu refugio


Restrinjo-me

Sobretudo à mim mesmo

Ao que eu penso

Ao que eu sinto

Ao que eu propago

(Dan, 15/12/2009)

VAI


Vai, já vai tarde
O que fizeste dediferente por mim?!!!

Pra mim?!!! Por nós?!!!

Nada, não facilitaste em nada

Absolutamente em nada


Vai

Saia por aquela porta

Parta sem destino

Rompa a aurora

Raaaaaaaaaaala

365 dias de buscas

De desencontros


Vai, já é tarde

Dê espaço ao novo

As promessas de mudança

De renovações
De esperanças

De felicidade


(Dan, 15/12/2009)

24 de novembro de 2009

O REGRESSO



Fui, experimentei,
Vivi intensamente
Para depois voltar
Regressei, retrocedi
Parei

Parei no espaço
No tempo
Em mim mesmo
Perdido no tédio
Na falta de estímulo
Na desesperança

Aconteceu
O que não poderia acontecer
O regresso
A paralisia
A inquietação
A mesmice
A fadiga interior

(Dan, 25/11/2009)

FUI



Fui
Fui muito além do que
Eu poderia supor
Eu pudesse compreender
Eu fosse prever

Foi muito aquém
De onde eu quiser chegar
Alcançar
Sentir
Ganhar

Fui
Mas, a minha marcha
Ora lenta,
Ora rápida,
Não conseguiu conquistar

O sentido de ida
Refez a volta
Fui para poder regressar...

(Dan, 25/11/2009)

4 de novembro de 2009

DESÉRTICO



O meu corpo arde
Queima, esquenta
De tanto desejo
De tantos pensamentos
Ermos e escusos

Eu estou em brasas
Em extensas labaredas
Porquê eu não tenho
Quem possa esfriá-lo

O calor
A solidão
O difícil acesso deste deserto
Faz do meu corpo febril
Ardente, suado
Sozinho
Desértico

(Dan, 03/11/09)

FAZENDO ARCO-ÍRIS


Eu o vejo
Eu o faço

Praticamente, todos os dias
Mas, ainda não é o suficiente

Busco o seu início
E o seu final
Praticamente, todos os dias
Mas, não encontro o lendário pote de ouro

Eu procuro sentí-lo
Envolver-me em suas cores
Praticamente, todos os dias

Mas, não basta estar ao seu redor

Eu o vejo
Eu o faço
Praticamente, todos os dias

Mas, nada encontro

(Dan, 03/11/2009)

3 de novembro de 2009

NÃO FUI



Ahhhh,
Não fui
Dei um tempo

Sem pressa
Sem saco
Sem segurança
Preferi arriscar
Justamente, o que eu não tenho:
Nada

Não
Sem
Nada
Sublimei
Não fui

(Dan, 31/10/2009)

2 de novembro de 2009

EU FUI


Eu fui
Andei na areia

Vi as ondas

Mas, não entrei no mar


Eu fui

Mesmo com o sol céu nublado

Sol presente

Mas, me bronzeei sem protetor


Eu fui

Buscando o novo
Querendo o encontro
Mas, voltei pra casa

Do mesmo jeito que eu fui

Sozinho

Eu fui

Nada adiantou

Galopei em vão

(Dan, 03/11/2009)

SIGA EM FRENTE



Diante da circunstância
Não há para machar de ré
Só me resta apenas
Seguir em frente
Sem nenhuma garantia
Haja o que houver

(Dan, 26/10/2009)

GALOPO, VOO, EMPANCO




Galopo
Porquê eu quero atingir
Além do infinito
O mais veloz
Que as minhas pernas e cascos podem me levar

Voo
O mais alto que eu posso chegar
Porquê eu quero atingir
As estrelas
As mais longíquoas
Aonde as minhas asas podem me levar

Empanco
Com medo de não alcançar
O que eu desejo
O que eu sonho
O que acalanto
Por não ser o definidor
De tudo aquilo que eu almejo

Galopo
Porquê, sinceramente,
Eu te quero!!!
Empanco
Porquê, sinceramente,
Eu não sei se você me quer!!!

(Dan, 26/10/2009)

1 de novembro de 2009

FIGURA ESTRANHA


Figura disforme
Estranha
Repelida
Desmoronada

O que me sugeria
A diferença
Se demonstrou a regra
Nada mais do que a regra

Aviltante
Deprimente
Nauseante
Como todas as outras
Que estão aí

O conceito foi desfeito
O respeito perdido
E a possibilidade sumiu
Deixando apenas
Uma figura estranha
Não apenas aos olhos
Mas, a consideração

(Dan, 22/10/2009)

21 de outubro de 2009

APRISIONADO



Sinto-me aprisionado
Por tudo aquilo
Que não me representa
E não me define

Sinto-me aprisionado
Pelas ofertas que não são as minhas
Pelas demandas que eu não reproduzo
Pelo contexto que busca me coisificar

Sinto-me aprisionado
A tudo que me fere a alma
Contrapõe a minha essência
E tenta me forçar ao que eu não compartilho

Sinto-me aprisionado
As regras que não são minhas
E fazem da minha liberdade
A minha prisão

(Dan, 21/10/2009)

RESTRINJO-ME



Restrinjo-me
Ao meu tudo relativo
Que para os outros
Pode ser nada
Mas, é tudo o que eu tenho

Restrinjo-me
Aos meus princípios
Ao meu caráter
À minha conduta
À minha essência personal

Restrinjo-me
Ao que eu penso
Ao que eu sinto
Ao que eu acredito
Ao sentido que me traduz

Restrinjo-me a figura exposta no quadro
Que vai além do que os seus olhos podem enxergar
Do que a sua compreensão pode alcançar
Do que os seus preconceitos podem definir

Porquê quem eu sou
Ultrapassa quaisquer primeiras impressões
Positivas ou negativas
Que você possa vir a ter
Sobre mim

(Dan, 21/10/2009)

FALTAR, NEGAR, MATAR



Do sopro de esperança
Faltou o ar
Necessário para eu continuar
Acreditando na possibilidade de transformar
Vontades em realizações

Da hipótese
Apenas restou a negativa
A não hipótese
A continua impressão
E o pessimismo
De que tudo isso
Não é pra mim

Da negação
A morte de uma hipótese
Para quem sabe
Surgir uma próxima
Que possa contrariar
Essa certeza

Faltar
Negar
Matar
A ausência de que há algo
Fora do lugar
Como sempre esteve

Faltar
Negar
Matar
A possibilidade de ocupar algo
Que continua vago
Podendo até
Jamais ser ocupado

(Dan, 21/10/2009)

NUNCA É FÁCIL, NUNCA O É



Nunca é fácil
Lutar contra os seus próprios dragões
Por mais brandos
Ou terríveis que eles sejam
Nunca o é

Nunca é fácil
Mostrar-se sem máscaras
Sem vestes
Sem escudos
Sem estratégias
Sem scripts
Nunca o é

Nunca é fácil
Olhar-se no espelho
E enxergar o seu reflexo
Além do visível
Despido
Tal e qual como você é
Nunca o é

Nunca é fácil
Entregar-te nas mãos dos seus dragãos
Correndo o risco de ser devorado
Ou simplesmente rejeitado
Nunca o é

Nunca é fácil
Se deparar com as suas imperfeições
E notar que:
Quem você depositou a sua confiança
Ou, no mínimo,
As suas esperanças e devaneios
Não lhe correspondeu à altura
Não aceitando você integralmente

Não é fácil
Nunca o é

(Dan, 21/10/2009)

20 de outubro de 2009

POR MIM



Fiz por mim
Fui a luta
Mesmo quê
Não dê em nada

Como nada?!!!
Saíste do impasse
Por você
Por tudo aquilo
Que você você pensa e crer

Da possibilidade ao ato
Da abstração ao fato
Do 50% a...
Nem que seja 0% desta história
Mas, 100% de uma próxima

Fizeste o que poderia ter sido feito
Fizeste pela sua consciência
Fizeste por você

(Dan, 21/10/2009)

PORQUÊ AINDA ESTÁS AÍ?!!!



Diga-me
Porquê ainda estás aí?!!!
Sinais claros
Factos
Contundentes e cabais
Só reforçam:
Isso não foi feito para você

Porque ainda estás aí?!!!

O que te move?!!!
O que te faz acreditar
Que ainda pode ser diferente?!!!
Porque ainda estás aí?!!!

Esperança?!!!
A vontade de que possa ser diferente?!!!
Um milagre?!!!
Um acaso?!!!
Um golpe de sorte?!!!
Me digas
Porquê ainda estás aí?!!!

(Dan, 21/10/2009)

17 de outubro de 2009

TÍMIDO SORRISO



A esperança está
Em saber esperar
Um dia, dois dias,
Até quem sabe,
Três dias
Semanas
Ou meses

Quando menos se espera
Subitamente,
Acontece

Sem cálculos
Sem estratégias
Sem esperas
Sem maiores especulações
Apenas sem

E surge
Como um lampejo de esperança
Uma possibilidade
Uma promessa de felicidade
Heis que surge um sorriso,
Tímido sorriso,
Com o seu regresso

(Dan, 17/10/2009)

A MESMICE



Dia após dia
Abro os meus olhos
E a paisagem só me sugere
A mesmice

Sinto, respiro
Penso, sonho
Apavoro-me
E me desespero
A realidade só me sugere
A mesmice

A mesmice de ver
De sentir
De esperar
De averiguar
De viver
De ser
Sempre a mesmice

Tudo ao meu redor
Me desestimula
Me desencanta
Me nausea
Tudo me leva
A mesma coisa:
A mesmice

(Dan, 17/10/2009)

EU PARTIRIA



Se tivesse que fazer um encanto
Pensaria em mim
No que eu sinto agora:
Por mim,
Pra mim,
Eu partiria

Partiria para bem longe
Além do horizonte
Longe da Aldeia
Deixando o verde-vale
À caminho da cidade
Da fumaça, do concreto

Se não fosse voando
Quem sabe, galopando
Na longa estrada
Ou talvez,
Subitamente,
Como um passe de mágica
Teletransportando-me
Para onde eu queria estar

Algo apenas me acalanta agora:
Partir
Voltar
Regressar
Resgatar

(Dan, 17/10/2009)

NOS CASCOS



Ultimamente
A todo instante
Sinto-me nos cascos

Meus cascos


Asperos

Calejados

Opacos
Cansados

Mas, meus

Meus cascos


Corro

Paro

Movimento-me

Paro

Saio trotando

Paro
Descanso
Paro


É assim que me sinto

Nos cascos


(Dan, 17/10/2009)

8 de outubro de 2009

4 ME



Um. Confronto-me

Dois. Analiso-me

Três. Desconstruo-me

Quatro. Recomponho-me

(Dan, 08/10/2009)

7 de outubro de 2009

O QUE AINDA ESTAR POR VIR


Se por um lado
Eu continuo aqui
Insistindo no que eu não tenho
Apostando no improvável
Buscando erguer alicerces frágeis
Em cima do nada
Para nada


Por outro lado

Eu devo seguir em busca do novo
Precisando começar do zero
Alicerçar o nada
Reconstruir novos sonhos

Para continuar a caminhada

Do nada á...
Algo que eu desconheço
Mas, o que ainda estar por vir

(Dan, 07/10/2009)

NÃO ME PEÇA



Para retroceder no tempo
Cair no tempo

Viver de passado
Nem tão pouco
Para avançar no tempo
Pular no tempo

Viver de futuro

Para fechar os olhos

Imaginar odisséias
Viver de fantasias
Muito menos
Anestesiar as minhas dores

Confundir os meus sentidos
Abrir mão do meu presente


Para refazer os meus rastros
Enfeitar os meus indícios
Esquecer as minhas marcas
Mascarar os meus anseios

Acreditar no que eu não acredito
Deixar de ser uni mesmo

Não me peça isso

(Dan, 07/10/2009)

4 de outubro de 2009

FELICIDADES



Para quem caminhou no tempo:
Sem olhar para trás,
Centrado no presente
E alheio ao futuro,
Cumprindo o script vida

Para quem está na busca de ser feliz:
De acordo com as suas possibilidades e limites
Dentro do que é possível ser feito
Nem a mais, nem a menos
Mais com o pé no chão do que sonhando
Sem voar nas nuvens

Para quem se mantem autêntico:
Travando batalhas bravis
Para se manter convicto e intacto
Pagando o preço que for
Para não se descaracterizar
E se encontrar
Toda vez que se perder

Para quem está completando 32 anos:
E, apesar de tudo, reinventa-se
A cada pausa
A cada suspiro
A cada descrença
Sem abrir mão da força
Para continuar em frente

Para quem não esmorece:
Levanta a cabeça e continua
Mesmo com as pernas bambas
Mesmo com um único córneo
Em busca do seu maior presente
A sua felicidade

(Dan, 04/10/2009)

1 de outubro de 2009

APROXIMA-SE



Aproxima-se:
Mais um ano

Mais um ciclo

Mais uma sutil transformação

Mais algo diferente a compôr

Aproxima-se


(Dan, 01/10/2009)

26 de setembro de 2009

AMANHECEU



Amanheceu
O que eu posso fazer?!!!

Não tenho nada a sinalizar
Nem a quem sinalizar
Muito menos, um gesto
Um motivo concreto
Para sentir
Esperar

Padecer
Esquecer
Superar

Amanheceu
O que eu posso fazer?!!!

Eu preciso estar forte
Para quando:
As horas passarem,
A rotina chegar,
O estímulo cair,
A angústia abater,
A fé se peder
E eu me escurecer

Quando anotecer
O que eu posso fazer?!!!
Que seja completamente o inverso
Do que eu já faço

(Dan, 26/09/2009)

SEM A SUA COMPANHIA



Por esta noite, NÃO
Não me peça para ficar sozinho
No meio da relva
Entre os bosques
Sem clareira
Sem calor
Sem a sua companhia

A escuridão
É mais escuridão
Para quem está no breu sozinho

Por mais esse amanhecer, NÃO
Não me deixe sozinho
A beira do lago
Escutando o cantar dos pássaros
Ao nascer do sol
Sem a sua companhia

A manhã
Por mais ensolarada que esteja
Ela está desbotada sem você

Seja à noite
Ou seja dia
Eu só tenho o NÃO
A SOLIDÃO
A AUSÊNCIA
O VAZIO
Que você me faz

A qualquer hora
É só vazio
Porque eu estou sozinho
Sem a sua companhia

(Dan, 26/09/2009)

ONDE VOCÊ VIU?!!!



Onde você viu?!!!
Onde está escrito?!!!

Na minha fronte?!!!

No meu corpo?!!!

Na minha alma?!!!
No meu destino?!!!

Na minha sina?!!!


Trata-de de uma cláusula
Ou de um contrato?!!!

Assegura o que?!!!

Quais são as minhas garantias?!!!
Quais são os meus direitos?!!!

Quais são os meus deveres?!!!


Para o que está proposto

Será que eu estou disposto?!!!

Será que eu sou capaz de cumprir?!!!

Onde você viu?!!!

Onde está escrito?!!!

O que foi garantido?!!!

Por onde eu terei que caminhar

Para encontrar?!!!
Me dê uma dica sequer

Onde você viu?!!!

O que e onde está escrito?!!!


(Dan, 26/09/2009)

24 de setembro de 2009

APLACAR A MINHA SEDE



Meu corpo casado e sedento, parou:
Eu necessito de fôlego
De um lugar seco e seguro
De sombra e água fresca
Para aplacar a minha sede
E recarregar as minhas forças

Debruço-me sobre as límpidas águas
Desta fonte cristalina
E observo a minha imagem:
Cansada imagem;
Crítica imagem;
Decepcionada imagem;
A apenas a minha imagem

Por alguns segundos
Me teletransportei no tempo
E não me reconheci
Eu não consegui encontrar
Nem poeira de quem um dia eu fui
E hoje eu não sou

Antigos sonhos
Antigas ingenuidades
Antigos projetos
Antigos amores
Nada disso restou
Tudo isso ficou lá atrás
Perdido numa gaveta trancada, sem chave
Numa outra dimensão

Quando dei por mim
Olhava o meu reflexo na água
E me peguei, ingenuamente
Querendo fazer uma magia
Doce inocência
Apesar da súbita melancolia
Apenas me resta
Aplacar a minha sede emergencial
E descansar

(Dan, 25/09/2009)

QUANTA SEDE



Hummm, quanta sede
Sede de vida
De movimento
De realidade
De bom senso
De amor

Quanta sede eu tenho
De uma vida que eu ainda não construí
Do movimento que me faz tanta falta,
Fazendo-me sentir um pouco mais,
Bem mais vivo!!!
Do hoje, do agora,
Do tempo presente que faz um acontecimento real
Do "insight" e da perspicácia que eu não encontro
Só desencontros, muitos desencontros
Que adiam um sentimento que eu não conheço

Hummm, quanta sede

(Dan, 24/09/2009)

22 de setembro de 2009

SEM VOCÊ



Sem você
Eu me sinto tão filhote
Tão desprotegido diante dos predadores
E da ganância humana
Tão sem diretriz
Para trotar e teletransportar
Neste verde vale

Sem você
Eu me sinto tão perdido
Sem ter para onde ir
Por onde começar
Sem apoio
Assim como eu precisei da sua ajuda
Para vir ao mundo
Para ficar de pé
Logo após, o romper da bolsa

Sem você
Me sinto tão carente
Sem amor materno
Sem ter quem me lamber, adular
Incentivar,
Torcer desinteressadamente
Somente por amor

Sem você
Me encontro profundamente sozinho
Sem alicerce e respaldo para andar
Para correr velozmente
Para viver
Sabendo que eu tenho um colo
Que eu posso contar
E tenho para onde voltar

Quantas saudades eu sinto de você

(Dan, 23/09/2009)

O UNILENHADOR



Pelo impacto da aparência
Fui movido pela precipitação
A má e errônea avaliação
Dei coices
Dei patadas
Sofri à toa
Maldizei o mundo

Afiei meu córneo
Descabelei a minha crina
Sujei meus pelos
Cego, completamente cego
Pelo infeliz julgamento

Se por um lado,
Entre galopes selvagens e indomáveis
Acreditando no errado
Sofrendo antecipadamente
Eu tentava me proteger
Superando a rejeição
A qual eu haviaa interpretado

Pelo outro,
Agora parcialmente explicado
Com o galope mais calmo e lento
Apaziguado devido
Uma explicação registrado em linhas
E numa ligação não atendida
Sinto que julguei a raposa errada
Passando de "uni" à lenhador

(Dan, 23/09/2009)

21 de setembro de 2009

A COBRANÇA



Cobram-me asas
Cobram-me sorrisos
Cobram-me estímulos
Cobram-me sonhos
Cobram-me felicidade
Cobram-me, cobram-me
Cobram-me

Como eu posso ter sorrisos e estímulos
Tão necessários para se motivar um alto vôo
Como também uma leveza interior para sonhar,
Se a realidade acorrenta as minhas patas,
Deixando-as bem rentes ao chão,
E atrofia as minhas asas
Impossibilitando-me me voar?!!!

(Dan, 21/09/2009)

O ÓBVIO



O óbvio
Como se autodefine
É óbvio por si só
Está na cara
Carimbada no meio da testa
Expressa em todos os sentidos
Por mais que você pretenda negá-la
Ou camuflá-la

Um unicórnio jamais será um cavalo
Assim como
Um cavalo jamais será um unicórnio
Essencialmente, o óbvio sempre será conhecido
Como ele sempre foi:
O óbvio!!!

(Dan, 21/09/2009)

VOCÊ NÃO É CAPAZ


Não adianta você admirar
O meu porte majestoso, imponente

Se você não é capaaz

De perder os seus medos e as suas limitações

Infringir as suas próprias regras

Que te impedem de vir de encontro a mim

E montar em meu dorso


Não adianta você cobiçar os meus segredos

Ou tentar desvendar o meu ar misterioso
Se você não é capaz

De realizar a mágica primordial dos unicórnios
A magia do coração

Não adianta você tentar me domar

Esperando que eu me adegue ao seu adestramento

Se você não é capaz

De aceitar todas as minhas facetas

Sobretudo, o meu timbre que ecoa pelo ar

Não adianta você tentar se apoderar

Do meu símbolo elementar

Se você não é capaz
De valorizar a minha força

Respeitar os meus limites

E cultivar sabiamente

O que poderia ter sido e não foi

Por causa das suas resistências


Não adianta você tentar se esconder

Atrás da minha sombra
Atrás das minhas falhas

Se você não é capaz

De produzir as sua própria sombra

Superar as suas falhas

E suportar dignamente
O mormaço sob a sua cabeça


Não adianta você querer

Justificar a sa queda

Em nome do meu galope selvagem
Se você não sabe montar

E, nem tão pouco

É responsável por sua cota de culpa


Enfim, não adianta você me mandar para o limbo

Gelado e sombrio

Querendo se desfazer dos meus encantos

Se você não é capaz

De reverter o seu próprio desencanto


(Dan, 21/09/2009)

I DON'T CRY


Reservo-me ao legítimo direito
De não me pronunciar
Nem tão pouco explicar
Nem sequer produzir e derramar
Copiosas lágrimas,
Principalmente aquelas,
Que me faltam aos olhos
Gotículas emocionais
Cuja única função é
Umidecer as minhas duas meninas

Mas, eu prometo
Nem precisaria fazê-lo:
"I don't cry"
Por me faltar derradeiros motivos
E materia-prima para tal

Ah, se o meu teto tivesse goteiras
Que no meu céu chovesse torrencialmente
Que o meu coração não fosse de gelo
Que a água do planeta não estivesse em risco
Que não houvesse economia de água
Ou tão pouco eu ainda tivesse ingenuidade

Mas, eu prometo
Nem teria como
Hoje, eu não vou chorar...

(Dan, 21/09/2009)

QUANDO ELA POUSAR...


Por mais que eu transite
Entre as borboletas
Contemplando a sua beleza
E o seu bailar
Sonhando em tocar
Na espécie mais rara, mais preciosa
Sinto-me cansado em demasia
Até mesmo para tentar
Sentindo como aas minhas forças, crenças e estímulos
Estivessem exauridas pelo cansaço

Cansei,cansei, cansei
Cansando em alguns momentos
Até o extremo de não querer mais brincar mais com elas
Nem contemplar mais o seu bailar
Belo, gracioso e hipnotizador,
Onde o balé me sugeria
O inalcançável, o intangível, o surreal

Porém, estimulado pela minha teimosia
Tomado por uma esperança inexplicável
Ainda me mantenho sedento
Quase que alienável
Torcendo para sentí-la, a mais rara
Pousar sob a minha crista alva e macia
Junto com a velocidade do vento, sob o vento
No esperado dia, desejado dia
Quando ela pousar

(Dan, 21/09/2009)

O GALOPE


Eu pensei que galopando
Seja em verdes vales
Ou em vales gelados
Sob a luz do sol e/ou do luar
Seria o suficiente
Para que eu pudesse:
Retardar o tempo;
Ganhar tempo;
Fortalecer as minhas forças,
Por mais cansado que eu estivesse;
Resgatar os meus estímulos,
Por mais fracos que eles agissem;
Abrir alas e caminhos;

Eu pensei
Que assim, tão simples assim
Eu pudesse buscar todos os sonhos que eu desejasse ter
Transformar a minha realidade,
Que ainda me espanta e me retrai
Em algo fascinante e libertário
Num melhor modo e lugar para se viver

Eu pensei que conectando o meu córneo
Ao universo
Eu chegaria mais rápido num outra frequência
Numa provável mudança
Ingenuamente, eu pensei
Que atrairia apenas luz e calor
Ótimas conquistas e boas energias
Revelacia a minha essência
Não apenas ao mundo
Mas, quem sabe, à um possível amor
Transpondo os meus limites
Sublimando os obstáculos no decorrer do caminho sinuoso e obscuro

Eu pensei que o mérito
Fosse espontâneo
Quase miraculoso
Como se estivesse presente na magia
E na simplicidade
Como se ela fosse algo elementar
Sem me preocupar
Nem mesmo me atentar
O que ainda há muito à se conquistar
À se galopar
Seja em pensamentos e ações
Ou em descobertas e emoções

(Dan, 21/09/2009)