21 de outubro de 2009

APRISIONADO



Sinto-me aprisionado
Por tudo aquilo
Que não me representa
E não me define

Sinto-me aprisionado
Pelas ofertas que não são as minhas
Pelas demandas que eu não reproduzo
Pelo contexto que busca me coisificar

Sinto-me aprisionado
A tudo que me fere a alma
Contrapõe a minha essência
E tenta me forçar ao que eu não compartilho

Sinto-me aprisionado
As regras que não são minhas
E fazem da minha liberdade
A minha prisão

(Dan, 21/10/2009)

RESTRINJO-ME



Restrinjo-me
Ao meu tudo relativo
Que para os outros
Pode ser nada
Mas, é tudo o que eu tenho

Restrinjo-me
Aos meus princípios
Ao meu caráter
À minha conduta
À minha essência personal

Restrinjo-me
Ao que eu penso
Ao que eu sinto
Ao que eu acredito
Ao sentido que me traduz

Restrinjo-me a figura exposta no quadro
Que vai além do que os seus olhos podem enxergar
Do que a sua compreensão pode alcançar
Do que os seus preconceitos podem definir

Porquê quem eu sou
Ultrapassa quaisquer primeiras impressões
Positivas ou negativas
Que você possa vir a ter
Sobre mim

(Dan, 21/10/2009)

FALTAR, NEGAR, MATAR



Do sopro de esperança
Faltou o ar
Necessário para eu continuar
Acreditando na possibilidade de transformar
Vontades em realizações

Da hipótese
Apenas restou a negativa
A não hipótese
A continua impressão
E o pessimismo
De que tudo isso
Não é pra mim

Da negação
A morte de uma hipótese
Para quem sabe
Surgir uma próxima
Que possa contrariar
Essa certeza

Faltar
Negar
Matar
A ausência de que há algo
Fora do lugar
Como sempre esteve

Faltar
Negar
Matar
A possibilidade de ocupar algo
Que continua vago
Podendo até
Jamais ser ocupado

(Dan, 21/10/2009)

NUNCA É FÁCIL, NUNCA O É



Nunca é fácil
Lutar contra os seus próprios dragões
Por mais brandos
Ou terríveis que eles sejam
Nunca o é

Nunca é fácil
Mostrar-se sem máscaras
Sem vestes
Sem escudos
Sem estratégias
Sem scripts
Nunca o é

Nunca é fácil
Olhar-se no espelho
E enxergar o seu reflexo
Além do visível
Despido
Tal e qual como você é
Nunca o é

Nunca é fácil
Entregar-te nas mãos dos seus dragãos
Correndo o risco de ser devorado
Ou simplesmente rejeitado
Nunca o é

Nunca é fácil
Se deparar com as suas imperfeições
E notar que:
Quem você depositou a sua confiança
Ou, no mínimo,
As suas esperanças e devaneios
Não lhe correspondeu à altura
Não aceitando você integralmente

Não é fácil
Nunca o é

(Dan, 21/10/2009)

20 de outubro de 2009

POR MIM



Fiz por mim
Fui a luta
Mesmo quê
Não dê em nada

Como nada?!!!
Saíste do impasse
Por você
Por tudo aquilo
Que você você pensa e crer

Da possibilidade ao ato
Da abstração ao fato
Do 50% a...
Nem que seja 0% desta história
Mas, 100% de uma próxima

Fizeste o que poderia ter sido feito
Fizeste pela sua consciência
Fizeste por você

(Dan, 21/10/2009)

PORQUÊ AINDA ESTÁS AÍ?!!!



Diga-me
Porquê ainda estás aí?!!!
Sinais claros
Factos
Contundentes e cabais
Só reforçam:
Isso não foi feito para você

Porque ainda estás aí?!!!

O que te move?!!!
O que te faz acreditar
Que ainda pode ser diferente?!!!
Porque ainda estás aí?!!!

Esperança?!!!
A vontade de que possa ser diferente?!!!
Um milagre?!!!
Um acaso?!!!
Um golpe de sorte?!!!
Me digas
Porquê ainda estás aí?!!!

(Dan, 21/10/2009)

17 de outubro de 2009

TÍMIDO SORRISO



A esperança está
Em saber esperar
Um dia, dois dias,
Até quem sabe,
Três dias
Semanas
Ou meses

Quando menos se espera
Subitamente,
Acontece

Sem cálculos
Sem estratégias
Sem esperas
Sem maiores especulações
Apenas sem

E surge
Como um lampejo de esperança
Uma possibilidade
Uma promessa de felicidade
Heis que surge um sorriso,
Tímido sorriso,
Com o seu regresso

(Dan, 17/10/2009)

A MESMICE



Dia após dia
Abro os meus olhos
E a paisagem só me sugere
A mesmice

Sinto, respiro
Penso, sonho
Apavoro-me
E me desespero
A realidade só me sugere
A mesmice

A mesmice de ver
De sentir
De esperar
De averiguar
De viver
De ser
Sempre a mesmice

Tudo ao meu redor
Me desestimula
Me desencanta
Me nausea
Tudo me leva
A mesma coisa:
A mesmice

(Dan, 17/10/2009)

EU PARTIRIA



Se tivesse que fazer um encanto
Pensaria em mim
No que eu sinto agora:
Por mim,
Pra mim,
Eu partiria

Partiria para bem longe
Além do horizonte
Longe da Aldeia
Deixando o verde-vale
À caminho da cidade
Da fumaça, do concreto

Se não fosse voando
Quem sabe, galopando
Na longa estrada
Ou talvez,
Subitamente,
Como um passe de mágica
Teletransportando-me
Para onde eu queria estar

Algo apenas me acalanta agora:
Partir
Voltar
Regressar
Resgatar

(Dan, 17/10/2009)

NOS CASCOS



Ultimamente
A todo instante
Sinto-me nos cascos

Meus cascos


Asperos

Calejados

Opacos
Cansados

Mas, meus

Meus cascos


Corro

Paro

Movimento-me

Paro

Saio trotando

Paro
Descanso
Paro


É assim que me sinto

Nos cascos


(Dan, 17/10/2009)

8 de outubro de 2009

4 ME



Um. Confronto-me

Dois. Analiso-me

Três. Desconstruo-me

Quatro. Recomponho-me

(Dan, 08/10/2009)

7 de outubro de 2009

O QUE AINDA ESTAR POR VIR


Se por um lado
Eu continuo aqui
Insistindo no que eu não tenho
Apostando no improvável
Buscando erguer alicerces frágeis
Em cima do nada
Para nada


Por outro lado

Eu devo seguir em busca do novo
Precisando começar do zero
Alicerçar o nada
Reconstruir novos sonhos

Para continuar a caminhada

Do nada á...
Algo que eu desconheço
Mas, o que ainda estar por vir

(Dan, 07/10/2009)

NÃO ME PEÇA



Para retroceder no tempo
Cair no tempo

Viver de passado
Nem tão pouco
Para avançar no tempo
Pular no tempo

Viver de futuro

Para fechar os olhos

Imaginar odisséias
Viver de fantasias
Muito menos
Anestesiar as minhas dores

Confundir os meus sentidos
Abrir mão do meu presente


Para refazer os meus rastros
Enfeitar os meus indícios
Esquecer as minhas marcas
Mascarar os meus anseios

Acreditar no que eu não acredito
Deixar de ser uni mesmo

Não me peça isso

(Dan, 07/10/2009)

4 de outubro de 2009

FELICIDADES



Para quem caminhou no tempo:
Sem olhar para trás,
Centrado no presente
E alheio ao futuro,
Cumprindo o script vida

Para quem está na busca de ser feliz:
De acordo com as suas possibilidades e limites
Dentro do que é possível ser feito
Nem a mais, nem a menos
Mais com o pé no chão do que sonhando
Sem voar nas nuvens

Para quem se mantem autêntico:
Travando batalhas bravis
Para se manter convicto e intacto
Pagando o preço que for
Para não se descaracterizar
E se encontrar
Toda vez que se perder

Para quem está completando 32 anos:
E, apesar de tudo, reinventa-se
A cada pausa
A cada suspiro
A cada descrença
Sem abrir mão da força
Para continuar em frente

Para quem não esmorece:
Levanta a cabeça e continua
Mesmo com as pernas bambas
Mesmo com um único córneo
Em busca do seu maior presente
A sua felicidade

(Dan, 04/10/2009)

1 de outubro de 2009

APROXIMA-SE



Aproxima-se:
Mais um ano

Mais um ciclo

Mais uma sutil transformação

Mais algo diferente a compôr

Aproxima-se


(Dan, 01/10/2009)