26 de setembro de 2009

AMANHECEU



Amanheceu
O que eu posso fazer?!!!

Não tenho nada a sinalizar
Nem a quem sinalizar
Muito menos, um gesto
Um motivo concreto
Para sentir
Esperar

Padecer
Esquecer
Superar

Amanheceu
O que eu posso fazer?!!!

Eu preciso estar forte
Para quando:
As horas passarem,
A rotina chegar,
O estímulo cair,
A angústia abater,
A fé se peder
E eu me escurecer

Quando anotecer
O que eu posso fazer?!!!
Que seja completamente o inverso
Do que eu já faço

(Dan, 26/09/2009)

SEM A SUA COMPANHIA



Por esta noite, NÃO
Não me peça para ficar sozinho
No meio da relva
Entre os bosques
Sem clareira
Sem calor
Sem a sua companhia

A escuridão
É mais escuridão
Para quem está no breu sozinho

Por mais esse amanhecer, NÃO
Não me deixe sozinho
A beira do lago
Escutando o cantar dos pássaros
Ao nascer do sol
Sem a sua companhia

A manhã
Por mais ensolarada que esteja
Ela está desbotada sem você

Seja à noite
Ou seja dia
Eu só tenho o NÃO
A SOLIDÃO
A AUSÊNCIA
O VAZIO
Que você me faz

A qualquer hora
É só vazio
Porque eu estou sozinho
Sem a sua companhia

(Dan, 26/09/2009)

ONDE VOCÊ VIU?!!!



Onde você viu?!!!
Onde está escrito?!!!

Na minha fronte?!!!

No meu corpo?!!!

Na minha alma?!!!
No meu destino?!!!

Na minha sina?!!!


Trata-de de uma cláusula
Ou de um contrato?!!!

Assegura o que?!!!

Quais são as minhas garantias?!!!
Quais são os meus direitos?!!!

Quais são os meus deveres?!!!


Para o que está proposto

Será que eu estou disposto?!!!

Será que eu sou capaz de cumprir?!!!

Onde você viu?!!!

Onde está escrito?!!!

O que foi garantido?!!!

Por onde eu terei que caminhar

Para encontrar?!!!
Me dê uma dica sequer

Onde você viu?!!!

O que e onde está escrito?!!!


(Dan, 26/09/2009)

24 de setembro de 2009

APLACAR A MINHA SEDE



Meu corpo casado e sedento, parou:
Eu necessito de fôlego
De um lugar seco e seguro
De sombra e água fresca
Para aplacar a minha sede
E recarregar as minhas forças

Debruço-me sobre as límpidas águas
Desta fonte cristalina
E observo a minha imagem:
Cansada imagem;
Crítica imagem;
Decepcionada imagem;
A apenas a minha imagem

Por alguns segundos
Me teletransportei no tempo
E não me reconheci
Eu não consegui encontrar
Nem poeira de quem um dia eu fui
E hoje eu não sou

Antigos sonhos
Antigas ingenuidades
Antigos projetos
Antigos amores
Nada disso restou
Tudo isso ficou lá atrás
Perdido numa gaveta trancada, sem chave
Numa outra dimensão

Quando dei por mim
Olhava o meu reflexo na água
E me peguei, ingenuamente
Querendo fazer uma magia
Doce inocência
Apesar da súbita melancolia
Apenas me resta
Aplacar a minha sede emergencial
E descansar

(Dan, 25/09/2009)

QUANTA SEDE



Hummm, quanta sede
Sede de vida
De movimento
De realidade
De bom senso
De amor

Quanta sede eu tenho
De uma vida que eu ainda não construí
Do movimento que me faz tanta falta,
Fazendo-me sentir um pouco mais,
Bem mais vivo!!!
Do hoje, do agora,
Do tempo presente que faz um acontecimento real
Do "insight" e da perspicácia que eu não encontro
Só desencontros, muitos desencontros
Que adiam um sentimento que eu não conheço

Hummm, quanta sede

(Dan, 24/09/2009)

22 de setembro de 2009

SEM VOCÊ



Sem você
Eu me sinto tão filhote
Tão desprotegido diante dos predadores
E da ganância humana
Tão sem diretriz
Para trotar e teletransportar
Neste verde vale

Sem você
Eu me sinto tão perdido
Sem ter para onde ir
Por onde começar
Sem apoio
Assim como eu precisei da sua ajuda
Para vir ao mundo
Para ficar de pé
Logo após, o romper da bolsa

Sem você
Me sinto tão carente
Sem amor materno
Sem ter quem me lamber, adular
Incentivar,
Torcer desinteressadamente
Somente por amor

Sem você
Me encontro profundamente sozinho
Sem alicerce e respaldo para andar
Para correr velozmente
Para viver
Sabendo que eu tenho um colo
Que eu posso contar
E tenho para onde voltar

Quantas saudades eu sinto de você

(Dan, 23/09/2009)

O UNILENHADOR



Pelo impacto da aparência
Fui movido pela precipitação
A má e errônea avaliação
Dei coices
Dei patadas
Sofri à toa
Maldizei o mundo

Afiei meu córneo
Descabelei a minha crina
Sujei meus pelos
Cego, completamente cego
Pelo infeliz julgamento

Se por um lado,
Entre galopes selvagens e indomáveis
Acreditando no errado
Sofrendo antecipadamente
Eu tentava me proteger
Superando a rejeição
A qual eu haviaa interpretado

Pelo outro,
Agora parcialmente explicado
Com o galope mais calmo e lento
Apaziguado devido
Uma explicação registrado em linhas
E numa ligação não atendida
Sinto que julguei a raposa errada
Passando de "uni" à lenhador

(Dan, 23/09/2009)

21 de setembro de 2009

A COBRANÇA



Cobram-me asas
Cobram-me sorrisos
Cobram-me estímulos
Cobram-me sonhos
Cobram-me felicidade
Cobram-me, cobram-me
Cobram-me

Como eu posso ter sorrisos e estímulos
Tão necessários para se motivar um alto vôo
Como também uma leveza interior para sonhar,
Se a realidade acorrenta as minhas patas,
Deixando-as bem rentes ao chão,
E atrofia as minhas asas
Impossibilitando-me me voar?!!!

(Dan, 21/09/2009)

O ÓBVIO



O óbvio
Como se autodefine
É óbvio por si só
Está na cara
Carimbada no meio da testa
Expressa em todos os sentidos
Por mais que você pretenda negá-la
Ou camuflá-la

Um unicórnio jamais será um cavalo
Assim como
Um cavalo jamais será um unicórnio
Essencialmente, o óbvio sempre será conhecido
Como ele sempre foi:
O óbvio!!!

(Dan, 21/09/2009)

VOCÊ NÃO É CAPAZ


Não adianta você admirar
O meu porte majestoso, imponente

Se você não é capaaz

De perder os seus medos e as suas limitações

Infringir as suas próprias regras

Que te impedem de vir de encontro a mim

E montar em meu dorso


Não adianta você cobiçar os meus segredos

Ou tentar desvendar o meu ar misterioso
Se você não é capaz

De realizar a mágica primordial dos unicórnios
A magia do coração

Não adianta você tentar me domar

Esperando que eu me adegue ao seu adestramento

Se você não é capaz

De aceitar todas as minhas facetas

Sobretudo, o meu timbre que ecoa pelo ar

Não adianta você tentar se apoderar

Do meu símbolo elementar

Se você não é capaz
De valorizar a minha força

Respeitar os meus limites

E cultivar sabiamente

O que poderia ter sido e não foi

Por causa das suas resistências


Não adianta você tentar se esconder

Atrás da minha sombra
Atrás das minhas falhas

Se você não é capaz

De produzir as sua própria sombra

Superar as suas falhas

E suportar dignamente
O mormaço sob a sua cabeça


Não adianta você querer

Justificar a sa queda

Em nome do meu galope selvagem
Se você não sabe montar

E, nem tão pouco

É responsável por sua cota de culpa


Enfim, não adianta você me mandar para o limbo

Gelado e sombrio

Querendo se desfazer dos meus encantos

Se você não é capaz

De reverter o seu próprio desencanto


(Dan, 21/09/2009)

I DON'T CRY


Reservo-me ao legítimo direito
De não me pronunciar
Nem tão pouco explicar
Nem sequer produzir e derramar
Copiosas lágrimas,
Principalmente aquelas,
Que me faltam aos olhos
Gotículas emocionais
Cuja única função é
Umidecer as minhas duas meninas

Mas, eu prometo
Nem precisaria fazê-lo:
"I don't cry"
Por me faltar derradeiros motivos
E materia-prima para tal

Ah, se o meu teto tivesse goteiras
Que no meu céu chovesse torrencialmente
Que o meu coração não fosse de gelo
Que a água do planeta não estivesse em risco
Que não houvesse economia de água
Ou tão pouco eu ainda tivesse ingenuidade

Mas, eu prometo
Nem teria como
Hoje, eu não vou chorar...

(Dan, 21/09/2009)

QUANDO ELA POUSAR...


Por mais que eu transite
Entre as borboletas
Contemplando a sua beleza
E o seu bailar
Sonhando em tocar
Na espécie mais rara, mais preciosa
Sinto-me cansado em demasia
Até mesmo para tentar
Sentindo como aas minhas forças, crenças e estímulos
Estivessem exauridas pelo cansaço

Cansei,cansei, cansei
Cansando em alguns momentos
Até o extremo de não querer mais brincar mais com elas
Nem contemplar mais o seu bailar
Belo, gracioso e hipnotizador,
Onde o balé me sugeria
O inalcançável, o intangível, o surreal

Porém, estimulado pela minha teimosia
Tomado por uma esperança inexplicável
Ainda me mantenho sedento
Quase que alienável
Torcendo para sentí-la, a mais rara
Pousar sob a minha crista alva e macia
Junto com a velocidade do vento, sob o vento
No esperado dia, desejado dia
Quando ela pousar

(Dan, 21/09/2009)

O GALOPE


Eu pensei que galopando
Seja em verdes vales
Ou em vales gelados
Sob a luz do sol e/ou do luar
Seria o suficiente
Para que eu pudesse:
Retardar o tempo;
Ganhar tempo;
Fortalecer as minhas forças,
Por mais cansado que eu estivesse;
Resgatar os meus estímulos,
Por mais fracos que eles agissem;
Abrir alas e caminhos;

Eu pensei
Que assim, tão simples assim
Eu pudesse buscar todos os sonhos que eu desejasse ter
Transformar a minha realidade,
Que ainda me espanta e me retrai
Em algo fascinante e libertário
Num melhor modo e lugar para se viver

Eu pensei que conectando o meu córneo
Ao universo
Eu chegaria mais rápido num outra frequência
Numa provável mudança
Ingenuamente, eu pensei
Que atrairia apenas luz e calor
Ótimas conquistas e boas energias
Revelacia a minha essência
Não apenas ao mundo
Mas, quem sabe, à um possível amor
Transpondo os meus limites
Sublimando os obstáculos no decorrer do caminho sinuoso e obscuro

Eu pensei que o mérito
Fosse espontâneo
Quase miraculoso
Como se estivesse presente na magia
E na simplicidade
Como se ela fosse algo elementar
Sem me preocupar
Nem mesmo me atentar
O que ainda há muito à se conquistar
À se galopar
Seja em pensamentos e ações
Ou em descobertas e emoções

(Dan, 21/09/2009)

O CONTEXTO


Entre dois pólos,
Dimensões opostas

Porém, complementares

Eu me contextualizo

Passando da esfera abstrata, intangível

À legível, sensações expressas em palavras

Buscando a difícil missão de compreender a vida

E o que eu ainda desconheço


Nessa busca,

Dicotomicamente,

O lúdico confronta-se com o real

O abstrato materializa-se em concreto

Sob forma de versos palavrados
Dando sentido as minhas idéias e impressões

Se são absurdas, ou não

Quase fantásticas, ou não

Retrata uma predisposição à reflexão

Ou,até mesmo uma forma de desabafo

Porque não uma revelação?!!!


Entre o caos (im)posto e uma possibilidade sugerida,

A batalha entre a realidade nua e crua, aos moldes rodriguianos

Versus a utopia tão sonhada

Onde ambos os cenários se entrelaçam

Compondo e justificando

A existência do meu refúgio intro-intimista

O meu oásis, o meu vale,
O meu contexto
Dando corpo e forma ao meu paraiso elementar

Expresso em metáforas e palavrações


(Dan, 21/09/2009)

A ESTRÉIA



Assim, do nada
Oculto aos olhos
Presente em meus lampejos
Eu me materializei
Não em verde vale
Nem tão pouco, entre bosques e correntezas
Mas, em frente a tela e em teclado

Assim, do nada
Eu me teletransportei
Fantasticamente
Não em galopes velozes
Muito menos, em domas
Para conter a minha essência selvagem
Mas, surgindo dos meus devaneios
Em versos postados

Assim, surgindo de uma antiga vontade,
Sincero desejo,
Para materializar a tão esperada estreia
Enfim, eu estreei!!!

(Dan, 21/09/2009)