24 de novembro de 2009

O REGRESSO



Fui, experimentei,
Vivi intensamente
Para depois voltar
Regressei, retrocedi
Parei

Parei no espaço
No tempo
Em mim mesmo
Perdido no tédio
Na falta de estímulo
Na desesperança

Aconteceu
O que não poderia acontecer
O regresso
A paralisia
A inquietação
A mesmice
A fadiga interior

(Dan, 25/11/2009)

FUI



Fui
Fui muito além do que
Eu poderia supor
Eu pudesse compreender
Eu fosse prever

Foi muito aquém
De onde eu quiser chegar
Alcançar
Sentir
Ganhar

Fui
Mas, a minha marcha
Ora lenta,
Ora rápida,
Não conseguiu conquistar

O sentido de ida
Refez a volta
Fui para poder regressar...

(Dan, 25/11/2009)

4 de novembro de 2009

DESÉRTICO



O meu corpo arde
Queima, esquenta
De tanto desejo
De tantos pensamentos
Ermos e escusos

Eu estou em brasas
Em extensas labaredas
Porquê eu não tenho
Quem possa esfriá-lo

O calor
A solidão
O difícil acesso deste deserto
Faz do meu corpo febril
Ardente, suado
Sozinho
Desértico

(Dan, 03/11/09)

FAZENDO ARCO-ÍRIS


Eu o vejo
Eu o faço

Praticamente, todos os dias
Mas, ainda não é o suficiente

Busco o seu início
E o seu final
Praticamente, todos os dias
Mas, não encontro o lendário pote de ouro

Eu procuro sentí-lo
Envolver-me em suas cores
Praticamente, todos os dias

Mas, não basta estar ao seu redor

Eu o vejo
Eu o faço
Praticamente, todos os dias

Mas, nada encontro

(Dan, 03/11/2009)

3 de novembro de 2009

NÃO FUI



Ahhhh,
Não fui
Dei um tempo

Sem pressa
Sem saco
Sem segurança
Preferi arriscar
Justamente, o que eu não tenho:
Nada

Não
Sem
Nada
Sublimei
Não fui

(Dan, 31/10/2009)

2 de novembro de 2009

EU FUI


Eu fui
Andei na areia

Vi as ondas

Mas, não entrei no mar


Eu fui

Mesmo com o sol céu nublado

Sol presente

Mas, me bronzeei sem protetor


Eu fui

Buscando o novo
Querendo o encontro
Mas, voltei pra casa

Do mesmo jeito que eu fui

Sozinho

Eu fui

Nada adiantou

Galopei em vão

(Dan, 03/11/2009)

SIGA EM FRENTE



Diante da circunstância
Não há para machar de ré
Só me resta apenas
Seguir em frente
Sem nenhuma garantia
Haja o que houver

(Dan, 26/10/2009)

GALOPO, VOO, EMPANCO




Galopo
Porquê eu quero atingir
Além do infinito
O mais veloz
Que as minhas pernas e cascos podem me levar

Voo
O mais alto que eu posso chegar
Porquê eu quero atingir
As estrelas
As mais longíquoas
Aonde as minhas asas podem me levar

Empanco
Com medo de não alcançar
O que eu desejo
O que eu sonho
O que acalanto
Por não ser o definidor
De tudo aquilo que eu almejo

Galopo
Porquê, sinceramente,
Eu te quero!!!
Empanco
Porquê, sinceramente,
Eu não sei se você me quer!!!

(Dan, 26/10/2009)

1 de novembro de 2009

FIGURA ESTRANHA


Figura disforme
Estranha
Repelida
Desmoronada

O que me sugeria
A diferença
Se demonstrou a regra
Nada mais do que a regra

Aviltante
Deprimente
Nauseante
Como todas as outras
Que estão aí

O conceito foi desfeito
O respeito perdido
E a possibilidade sumiu
Deixando apenas
Uma figura estranha
Não apenas aos olhos
Mas, a consideração

(Dan, 22/10/2009)